Atitudes na crise

Como agir ou reagir em um momento de crise? No último domingo o pastor Reinaldo baseou sua mensagem em uma crise vivenciada pelo povo de Israel e registrada em Êxodo 17.1-7. A pandemia do Coronavírus gera algumas crises. Como agir?

ATITUDES NA CRISE

Ao ler a Bíblia Sagrada, nos deparamos com diversos momentos de crise envolvendo o povo de Deus. Este de Êxodo 17 é um dos mais dramáticos vividos pelos israelitas. Após terem sido milagrosamente libertados da escravidão egípcia, puseram-se em marcha rumo à terra prometida. Presenciaram extraordinárias manifestações do poder de Deus. Viram como Deus separou as águas do Mar Vermelho, para que pudessem continuar a jornada e como os sustentou no deserto, dando-lhes o maná, bem como a carne de codornas que, em bandos, chegaram ao arraial. Agora já se encontravam num lugar chamado Refidim e estavam diante de uma nova crise: “Ali não havia água para o povo beber” (v1). E a reação do povo foi uma só. Dirigiram-se a Moisés e disseram: “Dá-nos água para beber” (v.2). E a reclamação se generalizou: “Por que você nos tirou do Egito, para nos matar de sede, a nós, a nossos filhos e aos nossos rebanhos?” (v3). Mais ainda, o povo provocou a Deus, como que querendo colocar Deus contra a parede: “Está o Senhor no meio de nós ou não?” (v7).

Cada um de nós vive suas crises particulares. Nesse momento, junto com todos os seres humanos, vivemos uma crise comum, pois estamos sendo ameaçados por um vírus (COVID-19) que se espalha rapidamente por todos os continentes, paralisando indústrias e comércio, fechando restaurantes, casas de espetáculos e até igrejas; cancelando shows, eventos esportivos e viagens; abalando a economia de países; isolando países inteiros (Itália) e causando pânico pelo mundo afora. Aqui em Porto Alegre estamos começando a sentir a crise. O que podemos fazer? Que atitudes podemos tomar? Como reagir?

Os israelitas, que já haviam presenciado tantas manifestações do poder e do amor de Deus poderiam, juntos, dobrar seus joelhos e suplicar: “Senhor, dá-nos água para beber”! Porém, eles tentaram achar culpados, reclamando e acusando, inclusive o próprio Deus, pela situação que estavam vivendo, “apesar de terem visto as minhas obras” (Sl 95.9), afirmou o Senhor. Faltava para eles ainda uma relação de fé com o seu Deus. Contudo, mais uma vez, Deus foi paciente com eles fazendo com que a rocha jorrasse água. Lutero comentou: “Fé é o requisito antes de tudo. Se alguém tem fé, todas as outras coisas jorram disso, como a água da rocha e da pedra” (AE 11.146). A rocha foi ferida para que o povo tivesse água. Aqui encontramos mais um rico comparativo, pois de Cristo, a Rocha, que foi ferido, recebemos a “água da vida”, perdão e salvação (Jo 4.13-14).

Também na epístola aos Romanos encontramos orientações sobre a postura cristã na crise: “…nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, e a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança” (Rm 5.3-4). Os cristãos não se alegram no sofrimento em si, mas sabem que Deus pode produzir coisas boas até por meio do sofrimento. Ou seja, o sofrimento e a crise não podem tirar a paz que Cristo dá. Amém!

 

Pr. Reinaldo Ludke

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